terça-feira, 25 de agosto de 2009

Namoro esquenta no Refúgio Biológico de Itaipu. E animais se multiplicam

Um vento de fertilidade andou soprando lá pelos lados do Refúgio Biológico Bela Vista. Só nos últimos dois meses, nasceram dois veados-bororó, duas jaguatiricas e mais uma harpia. Segundo os profissionais da área de fauna do RBV, o nascimento em massa representa um manejo adequado dos animais em cativeiro.

O nascimento de mais uma harpia mostra um manejo bem sucedido dos animais.


Atual xodó do refúgio, o casal de harpia (Harpia harpyia) garantiu mais um nascimento bem-sucedido. O filhote nasceu em 11 de agosto, com 67,5 gramas. Na manhã desta segunda, já pesava 108,4 gramas. “É um crescimento exponencial; e tem sido maior que o comum nesta faixa etária”, explica o biólogo Marcos de Oliveira.

Comida na boca. Segundo Marcos, a harpia tem um crescimento mais rápido que o comum nesta faixa etária.


Irmão mais velho. Ainda com poucos gramas de peso, a harpia vai crescer e pode passar dos 5 quilos, como o primogênito (à esquerda), nascido há sete meses.


O novo bebê harpia está sendo tratado da mesma forma que o outro filhote. O irmão nasceu em meados de janeiro e atingiu 5,3 quilos na última pesagem, há 15 dias. Para descobrir o sexo do caçula da família, os técnicos vão usar como comparativo a curva de crescimento do irmão. Sabe-se que a fêmea tem um crescimento mais rápido e fica mais pesada que o macho.

Comidinha na boca. Nos primeiros dias de vida da harpia e do veado, os cuidados são redobrados.


Até completar um mês, o bebê harpia fica em uma estufa com a temperatura controlada – Inicialmente a 36,7ºC. Depois, já ambientado ao clima normal, vai para um recinto isolado. O objetivo do RBV é fazer intercâmbio desses animais com outros zoológicos e refúgios para aumentar a procriação das harpias.

De aves a mamíferos

Era uma madrugada fria do último dia 10 de agosto quando Bambina nasceu. A caçula dos veados-bororó (Mazama nana) deu um susto no pessoal do Refúgio. “Fazia muito frio naquele dia; ela chegou a apresentar um princípio de hipotermia”, conta o veterinário Zalmir Cubas. Do calor do ventre da mãe, Bambina encarou os 7ºC que fazia naquela noite.

Por ter sido apartada da mãe, a filhote de veado-bororó está sendo amamentada com leite de cabra e colostro de vaca. O colostro salvador foi doado pelo produtor de Santa Terezinha de Itaipu Moacir Romagna.


“Ela estava em choque quando a trouxemos para o hospital veterinário”, conta Zalmir. Bambina foi aquecida e tratada com glicose, soro e antibióticos. O colostro de vaca, cedido pelo produtor Moacir Romagna, de Santa Terezinha de Itaipu, foi usado na
alimentação. Foi a salvação de Bambina.

Quando nasceu, Bambina deu um susto no pessoal do refúgio. Os profissionais se revezaram para cuidar da pequena veado-bororó. Mas ela passa bem. Na foto, Rosana e Zalmir.


“Ela precisava dos anticorpos do colostro para sobreviver”, diz a bióloga Rosana de Almeida, que alimenta Bambina com 40 ml de leite de cabra mais 10 ml de colostro de vaca. Após o susto, a filhote de veado-bororó vem ganhando peso. Somando esse filhote, mais a outra fêmea nascida no dia 5 de agosto, o Refúgio conta agora com um plantel de 23 veados-bororós, o maior do País.

Bambina, a sobrevivente, e uma fêmea adulta de veado-bororó. Menor cervídeo da América do Sul, chegando a apenas 50 cm de altura, o veado vive em áreas de floresta, que sofreram grande degradação devido à agropecuária. Segundo os profissionais do RBV, a conservação da espécie é de grande importância. E o cuidado devecomeçar em casa: no último dia 8, um veado foi atropelado nas vias internas da usina!

“Este número de nascimentos elevado mostra que há um manejo correto dos animais”, explica Marcos. Ele não se refere apenas aos veados-bororós, mas também à jaguatirica (Leopardus pardalis) que teve parto de gêmeos no dia 15 de julho, algo considerado pouco comum entre esses felinos que vivem em cativeiro.

Jaguatirica adulta no refúgio. Nascimento de gêmeos em cativeiro é fato raro. Os filhotes estão isolados, por isso não ilustram esta reportagem.


“Eles devem acreditar que o ambiente é favorável para ter mais filhos”, acredita Marcos, relacionando biologia com sociologia. “Se fosse um ambiente estressante, com pouca comida, o nascimento de mais filhotes poderia significar competição com os pais, o que não ocorre aqui no Refúgio”, conclui.

Logo quando nascem, as jaguatiricas são separadas do pai (por questão de segurança) e ficam isoladas com a mãe. Ainda não se sabe o sexo dos animais, porque o procedimento do Refúgio é não interferir no crescimento dos felinos.


Fonte: http://jie.itaipu.gov.br?nid=6&secao=noticias_itaipu&q=node/6&pagina=3&conteudo=6<http://jie.itaipu.gov.br/?nid=6&secao=noticias_itaipu&q=node/6&pagina=3&conteudo=6>

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